quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Movimentos promovem atos contra Bolsonaro, fascismo e ditadura

Entre os manifestos convocados por mulheres, estudantes e juristas, estão ocupações de praças durante o próximo final de semana prolongado, com feriado na sexta-feira
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Organizadores prometem realizar atos maiores que os do último dia 29
São Paulo – A agenda de manifestaçõescontra o fascismo, a ditadura e o candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) já tem diversos atos programados. Os manifestantes pretendem aproveitar o feriado desta semana, na sexta (12), dia de Nossa Senhora Aparecida, para estender as atividades.
Confira a agenda de atos no país:
Secundaristas conta o Fascismo – Quinta e sexta (11 e 12), das 14h às 17h, no Colégio Pedro Segundo II, campus Niterói, na Rua General Castrioto, Barreto, Niterói (RJ). Segundo os organizadores, as escolas secundaristas de Niterói e São Gonçalo precisam se unir contra a ascensão do fascismo, contra os ataques à educação, às instituições e, principalmente, em defesa das minorias
Três Dias de Mulheres Unidas contra o Bolsonaro – Sexta, sábado e domingo (12, 13 e 14), a partir das 12h, na Praça Sete de Setembro, região central de Belo Horizonte. Conforme a organização, o ato do dia 29 foi apenas o início. E que os três atos “contra o coiso” serão ainda maiores. “Vamos mostrar para o Brasil e para o mundo que nossa democracia não vai morrer e que nós vamos derrubar a ameaça fascista", afirmam.
Em apoio a elas, as comunidades Fora Bolsonaro e LGTBs contra o Fascismo convocam o ato Três dias contra Ele! #OcupaCinelândia. “Todas e todos que são contra o coiso” para também se unir com uma grande ocupação na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro. Estão previstos atos, performances e um grande acampamento cultural. Os organizadores conclamam a todos para uma programação cultural em prol da democracia e pela derrota do fascismo.
Juristas e estudantes em defesa da democracia – Terça-feira (16), das 19h às 21h, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, região central de São Paulo. Para as lideranças do Centro Acadêmico XI de Agosto, que organizam o evento, depois do severo golpe sofrido em 2016, o fantasma do autoritarismo volta a assombrar a nação brasileira. "O candidato Jair Bolsonaro, que apoia abertamente a ditadura militar, defende a tortura enquanto método válido, prega o punitivismo e ridiculariza os direitos humanos, lidera as pesquisas de intenção de voto para a presidência da república". E que os os estudantes de Direito têm o dever de se posicionar ao lado da democracia e denunciar os abusos do Judiciário, "que encabeçou um julgamento parcial contra Lula e o tirou da disputa presidencial, e temos o dever de lutar contra candidaturas que flertam com o fascismo e o autoritarismo."
Bolso.na.ro Nunca! Todos Contra O Fascismo! – Sábado (13), das 14h às 17h, no cineteatro Ouro Verde, em Londrina (PR). Para a Ação Antifascista de Londrina, que organiza a atividade, a luta não pode parar. "Não será uma manifestação que poderá barrar o avanço bolsonarista, muito menos as eleições, mas sim nossa mobilização e organização permanente contra as hordas fascistas desse candidato que além de atacar os direitos do povo ainda discrimina LGBTs, mulheres, negros e indígenas." 
Mulheres contra o Fascismo – Sábado (20), das 15h às 20h, no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Organizada pela comunidade Mulheres Unidas contra Bolsonaro, a manifestação tem o objetivo de mostrar, mais uma vez, “que candidatos que representam o fascismo, o ódio, o racismo, a homofobia e o machismo não têm vez no nosso país. Ninguém que nos agride, promove o estupro e a violência terá nosso voto! Vamos juntas derrotar o retrocesso e o conservadorismo!”, dizem os organizadores.
Rio contra o fascismo – Sábado (20), a partir das 13h. Entre as bandeiras dos manifestantes do coletivo O Rio contra o Fascismo, a luta contra a intolerância, a cultura do ódio, a ameaça à democracia, o preconceito e a reforma da Previdência.

Fonte:https://www.redebrasilatual.com.br/eleicoes-2018/movimentos-promovem-atos-contra-bolsonaro-fascismo-e-ditadura

Pernambuco elege seu primeiro agricultor deputado federal


Agricultor e sindicalista, Veras conseguiu expressiva votação no campo e na cidade / Comunicação/PT

Neste domingo o estado de Pernambuco elegeu seu primeiro agricultor deputado federal. Natural de Tabira, no Sertão do estado, Carlos Veras é agricultor e se destacou como liderança sindical, unindo as lutas rurais e urbanas. É presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e esteve a frente das mobilizações contra o golpe de 2016 e em defesa dos direitos dos trabalhadores durante o governo Temer.
Filho de família de agricultores na comunidade de Poço Dantas, município de Tabira, Veras conta ter carregado muita lata d'água na cabeça. Com apenas 18 anos começou a atuar na Associação Rural de Poço Dantas, fazendo luta junto à prefeitura em defesa dos camponeses da região. Com atuação destaca, passou a atuar na central sindical CUT, que engloba os sindicatos de trabalhadores rurais (STRs) de Pernambuco. Em 2009 foi eleito vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores e desde 2012 é presidente da organização.
Na presidência da CUT, mudou-se para a Região Metropolitana do Recife. Em sua atuação construiu as pontes entre as lutas de trabalhadores rurais e urbanos, aprendendo sobre a realidade de diversas categorias. A boa relação com trabalhadores do campo e da cidade se refletiu nas urnas. Carlos Veras conseguiu ter votos em todas as 185 cidades de Pernambuco - inclusive Fernando de Noronha, onde teve 6 votos. Apesar de ser agricultor, Veras obteve quase 17 mil votos na Região Metropolitana do Recife. Em sua cidade natal, Tabira, obteve quase 4 mil votos.
Ele atribui o sucesso de sua campanha de estreia à militância e à confiança dos trabalhadores. "Muitos trabalhadores rurais e urbanos acreditaram, construíram essa candidatura e possibilitaram essa eleição. Eles entenderam que a luta é de classe", disse. "A militância das organizações, dos movimentos sindicais e populares teve papel fundamental em conscientizar a população para não trocarem seus votos por benefícios momentâneos, mas acreditar num projeto coletivo", avaliou Veras.
A eleição de um trabalhador rural comum para o Congresso Nacional, num estado cuja história é marcada pela força das oligarquias e pelo jugo do latifúndio, é vista por ele como fruto da crença da classe. "Sou o primeiro agricultor familiar eleito deputado federal por Pernambuco. Isso é muito importante. Quebramos paradigmas", comemorou. "Mostramos que um trabalhador comum pode, sim, ser vereador, deputado, prefeito ou presidente da República, como foi Lula. Basta que os trabalhadores acreditem e votem noutro trabalhador". Ele pondera, no entanto, que eleger Haddad presidente nesse 2º turno para conter o projeto que ameaça os trabalhadores.
De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a declaração de bens do sindicalista mostra uma conta corrente na Caixa Econômica Federal com apenas R$570, além de um apartamento no Bairro Novo, em Olinda, financiado pelo programa Minha Casa Minha Vida, com compra ainda em aberto, visto que Veras pagou apenas R$70.500 do valor do imóvel.
Agricultor também na Alepe

Pernambuco elegeu o também agricultor Doriel Barros (PT) para deputado estadual. Natural de Águas Belas, no Agreste do estado, Barros tem destacada atuação sindical no meio rural e presidiu por dois mandatos a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape), que reúne 179 sindicatos rurais dos 185 municípios do estado. Os 67 mil votos também deram números expressivos ao agricultor.
Barros recupera na Assembleia Legislativa (Alepe) um lugar que já havia sido conquistado pelos trabalhadores rurais em 2014, quando elegeram Manoel Santos (PT) para o cargo. O "Mané", natural de Serra Talhada, fora um histórico líder rural, chegando a presidir a Confederação dos Trabalhadores da Agricultura do Brasil (Contag). Mas no seu primeiro ano de mandato como deputado, Santos faleceu, vítima de câncer.
Edição: Monyse Ravena