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Luta contra o racismo desde a juventude
Nelson Rolihlahla Mandela é um símbolo da luta contra o Apartheid, que separava negros e brancos na África do Sul. Líder de grupos rebeldes no país e grande ativista na luta pelos direitos dos negros, foi preso em 1964 e só foi solto em 1990. Aclamado por uma grande multidão, ergueu o punho cerrado mostrando que a sua batalha continuaria.
Mas tudo começara muito antes dali. Nascido em 18 de julho de 1918 em uma família de nobreza tribal, aos 23 anos foi para Joanesburgo fugindo de casamento organizado por seus familiares. Ao chegar à capital, rodou de emprego em emprego, estudou Artes na Universidade da África do Sul e também fez um curso jurídico em Witwatersrand.
Então, criou um escritório de advocacia para negros, o primeiro do país. E, assim, começou a perceber como a Justiça local pendia para os brancos. Notou que havia um grande abismo entre as duas raças no país. Foi ali que viu que poderia lutar contra isso. Decidiu entrar no Congresso Nacional Africano, um movimento político sul-africano fundado justamente para lutar pela causa negra.
27 anos de prisão
Em 1949, o Apartheid, que separava negros e brancos na África do Sul, foi aprovado oficialmente. Leis segregacionistas passaram a ser impostas pelo governo, com tomada de terras de negros, mestiços e indianos, e a situação só piorou nos anos anteriores. Em 1954, Mandela, junto a Walter Sisulu e Albert Luthuli, criam o Congresso do Povo, visando unir os não-brancos contra o sistema político racista que se instaurou.
Mandela e De Klerk, com quem negociou sua saída da prisão (Foto: Wikimedia/World Economic Forum)
Mandela e De Klerk, com quem negociou sua saída da prisão (Foto: Wikimedia/World Economic Forum)
A briga contra os poderosos fez com que Mandela passasse a ser caçado pelas autoridades do país, especialmente após passar a apoiar o braço militar da revolução, o “Lança de Uma Nação”. Em 1962, foi detido. Em 1964, condenado à prisão perpétua. Então, foi para a cela 466/64 da prisão da Ilha Robben e ficou lá até 1982, quando foi transferido para Pollsmor.
A partir de 1986, começou a tentar negociar com o governo a sua saída da prisão e o fim do Apartheid. Demorou, mas ele conseguiu. Nas negociações com Frederik de Klerk, que assumiu o lugar do então mandatário sul-africano Pieter Willem Botha, conseguiu a sua libertação. Em 11 de fevereiro de 1990, o ativista, enfim, foi solto, e deixou a prisão.
Presidência, Nobel e reconhecimento mundial
A partir dali, era questão de tempo até Mandela tomar o lugar que lhe era de direito: a presidência. Em 1991, virou presidente do CNA. Em 1992, um referendo entre os brancos, com mais de 68%, aprovou uma futura constituinte. Em 1993, ele ganha o Prêmio Nobel da Paz. E em 1994, com 62% dos votos, ganha a eleição em meio à tensão dos grupos de extrema direita e dos próprios revolucionários.
Depois, aprovou uma nova Constituição, adotou um novo hino nacional, criou uma comissão para investigar os crimes do Apartheid, e recolocou a África do Sul no caminho para a democracia. Recebeu mais de 250 prêmios e condecorações por seu trabalho. Além do Nobel, ganhou reconhecimentos de importância como o Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética.
Deixou a presidência em 1999, quando já lutava contra problemas de saúde. Em 2001, foi diagnosticado com um câncer de próstata, e lutou por anos contra a doença. Em 2011, o ativista teve uma grave infecção respiratória. Em 2012, uma nova internação, com dores abdominais. Em meados de 2013, sofreu uma infecção pulmonar.
E após anos de luta e dedicação à política, Mandela faleceu em 5 de dezembro de 2013. Sua luta e trajetória de vida, porém, seguem vivas, e assim permanecerão para sempre. Não somente para os sul-africanos como para todo o mundo.
Nelson Rolihlahla Mandela é um símbolo da luta contra o Apartheid, que separava negros e brancos na África do Sul. Líder de grupos rebeldes no país e grande ativista na luta pelos direitos dos negros, foi preso em 1964 e só foi solto em 1990. Aclamado por uma grande multidão, ergueu o punho cerrado mostrando que a sua batalha continuaria.
Mas tudo começara muito antes dali. Nascido em 18 de julho de 1918 em uma família de nobreza tribal, aos 23 anos foi para Joanesburgo fugindo de casamento organizado por seus familiares. Ao chegar à capital, rodou de emprego em emprego, estudou Artes na Universidade da África do Sul e também fez um curso jurídico em Witwatersrand.
Então, criou um escritório de advocacia para negros, o primeiro do país. E, assim, começou a perceber como a Justiça local pendia para os brancos. Notou que havia um grande abismo entre as duas raças no país. Foi ali que viu que poderia lutar contra isso. Decidiu entrar no Congresso Nacional Africano, um movimento político sul-africano fundado justamente para lutar pela causa negra.
27 anos de prisão
Em 1949, o Apartheid, que separava negros e brancos na África do Sul, foi aprovado oficialmente. Leis segregacionistas passaram a ser impostas pelo governo, com tomada de terras de negros, mestiços e indianos, e a situação só piorou nos anos anteriores. Em 1954, Mandela, junto a Walter Sisulu e Albert Luthuli, criam o Congresso do Povo, visando unir os não-brancos contra o sistema político racista que se instaurou.
Mandela e De Klerk, com quem negociou sua saída da prisão (Foto: Wikimedia/World Economic Forum)
Mandela e De Klerk, com quem negociou sua saída da prisão (Foto: Wikimedia/World Economic Forum)
A briga contra os poderosos fez com que Mandela passasse a ser caçado pelas autoridades do país, especialmente após passar a apoiar o braço militar da revolução, o “Lança de Uma Nação”. Em 1962, foi detido. Em 1964, condenado à prisão perpétua. Então, foi para a cela 466/64 da prisão da Ilha Robben e ficou lá até 1982, quando foi transferido para Pollsmor.
A partir de 1986, começou a tentar negociar com o governo a sua saída da prisão e o fim do Apartheid. Demorou, mas ele conseguiu. Nas negociações com Frederik de Klerk, que assumiu o lugar do então mandatário sul-africano Pieter Willem Botha, conseguiu a sua libertação. Em 11 de fevereiro de 1990, o ativista, enfim, foi solto, e deixou a prisão.
Presidência, Nobel e reconhecimento mundial
A partir dali, era questão de tempo até Mandela tomar o lugar que lhe era de direito: a presidência. Em 1991, virou presidente do CNA. Em 1992, um referendo entre os brancos, com mais de 68%, aprovou uma futura constituinte. Em 1993, ele ganha o Prêmio Nobel da Paz. E em 1994, com 62% dos votos, ganha a eleição em meio à tensão dos grupos de extrema direita e dos próprios revolucionários.
Depois, aprovou uma nova Constituição, adotou um novo hino nacional, criou uma comissão para investigar os crimes do Apartheid, e recolocou a África do Sul no caminho para a democracia. Recebeu mais de 250 prêmios e condecorações por seu trabalho. Além do Nobel, ganhou reconhecimentos de importância como o Presidential Medal of Freedom dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética.
Deixou a presidência em 1999, quando já lutava contra problemas de saúde. Em 2001, foi diagnosticado com um câncer de próstata, e lutou por anos contra a doença. Em 2011, o ativista teve uma grave infecção respiratória. Em 2012, uma nova internação, com dores abdominais. Em meados de 2013, sofreu uma infecção pulmonar.
E após anos de luta e dedicação à política, Mandela faleceu em 5 de dezembro de 2013. Sua luta e trajetória de vida, porém, seguem vivas, e assim permanecerão para sempre. Não somente para os sul-africanos como para todo o mundo.