Trabalhadores (as) viraram o jogo
contra o PL 4330
Vitória da
CUT! A liderança do governo e a bancada do PT se comprometem a não votar o
Projeto de Lei (PL) 4330/2004, uma proposta de regulamentação da terceirização
nociva à classe trabalhadora.
Depois de
a militância cutista mobilizada impedir, em sucessivas sessões, a votação do
projeto na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, as lideranças
partidárias suspenderam a tramitação na comissão e acordaram com o presidente
da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), e com as centrais sindicais,
a realização de uma comissão geral no Plenário com o objetivo de aprofundar o
debate dentro da Casa. A atividade aconteceu no dia 18 de setembro.
Em um
debate de altíssimo nível, representantes dos trabalhadores, do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho
(ANAMATRA), da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT) e
diversos deputados desmontaram as propostas e intenções dos empresários
contidas no projeto e demonstraram, com argumentação consistente, o que ele
representará para a classe trabalhadora.
Segundo GRAÇA COSTA (Secretária Naciona de Relações do Trabalho da CUT), a mobilização da militância cutista inverteu a correlação de forças,
que até então era favorável à aprovação do PL 4330/04. O projeto, que poderia
ser levado direto ao Plenário da Câmara, volta à sua tramitação normal na CCJ
com um prazo de cinco sessões para apreciação, seguindo depois para o Plenário
da Câmara. O que muda? O compromisso de um número crescente de partidos e parlamentares
de não votar essa proposta.
Vitória da
classe trabalhadora! Ninguém mais aprovará este projeto no escuro. Todos os
holofotes estão virados para este enfrentamento fundamental para luta de
classes no Brasil A atuação da Central foi decisiva, viramos um jogo que
poderia ser uma grande tragédia.
A CUT
mobilizou as categorias em todo o país e unificou os esforços dos mais diversos
setores da sociedade contra esta tentativa de legalizar a precarização. E nesse
processo é preciso lembrar dos aliados, as bancadas do PT e do PCdoB, que
tiveram atuação exemplar desde o início do processo na luta contra a tentativa
patronal de aprovar essa reforma trabalhista.
Os últimos
meses foram de um amplo processo de discussão e conscientização sobre os riscos
que o projeto do empresário e deputado Sandro Mabel representa, não apenas para
os trabalhadores, mas para o futuro do Brasil. A mobilização foi crescendo. A
cada semana, mais e mais trabalhadores/as se deslocavam de seus estados para
dizer não ao PL 4330/04.
Entre
junho e setembro, as centrais sindicais ainda fizeram o esforço conjunto de
construir uma proposta que protegesse os direitos trabalhistas e garantisse a
liberdade de organização sindical, mas os empresários permaneceram inflexíveis.
Os trabalhadores
disseram não à exploração do capital, não às jornadas extensas e mal
remuneradas, não às péssimas condições de saúde e segurança, não ao assedio
moral, não à falta de proteção social e à rotatividade, não ao calote e ao
desrespeito, não a esta mentira chamada PL 4330/04. E continuarão alertas: a
CUT, sua militância e os 89 deputados federais do PT estarão em alerta contra
qualquer tentativa de votar na surdina esse projeto
Os
trabalhadores estão dizendo, em alto e bom som, ao Congresso, ao governo e aos
empresários que o Brasil vai parar se esta vergonha for aprovada. Os
trabalhadores estão dizendo em alto e bom som aos deputados que eles serão
lembrados em 2014, pois a classe trabalhadora não será enganada por
representantes do capital nas próximas eleições.
A base e a
direção da CUT saem fortalecidas deste processo, com suas forças e disposição
renovadas para lutar contra a flexibilização das relações de trabalho e
precarização, revigorada para disputar um novo modelo de desenvolvimento para o
Brasil. Queremos crescimento com distribuição de renda, queremos redução da
jornada sem redução de salário, queremos o fim do fator previdenciário, o fim
dos leilões do pré-sal, queremos avançar em conquistas e garantir melhores
condições de vida e de trabalho para os brasileiros e as brasileiras.